Resenha: O Carteiro e o Poeta por Antonio Skármeta
Olá Catarina´s (os)! Hoje quero dividir com vocês mais uma obra que conheci em meu primeiro período do curso de Letras! Meu professor de Latim, JonhWill nos apresentou o filme em "O Carteiro e o Poeta".
A película foi inspirada no livro O Carteiro e o Poeta (1994) do escritor chileno Antonio Skármeta, e se passa na virada dos anos 60 para 70. Já o filme ocorre na metade dos anos 50, bem antes de grandes acontecimentos na vida de Neruda. De início, temos uma trilha sonora tão nostálgica quanto à sociedade da época que pedia socorro aos valores já perdidos, principalmente na política que deixava seu povo na miséria. A trama se passa alguns anos antes do golpe de estado sofrido por Salvador Allende (1908-1973) amigo do poeta comunista, dando assim início à ditadura militar chilena que durou até 1990.
A película foi inspirada no livro O Carteiro e o Poeta (1994) do escritor chileno Antonio Skármeta, e se passa na virada dos anos 60 para 70. Já o filme ocorre na metade dos anos 50, bem antes de grandes acontecimentos na vida de Neruda. De início, temos uma trilha sonora tão nostálgica quanto à sociedade da época que pedia socorro aos valores já perdidos, principalmente na política que deixava seu povo na miséria. A trama se passa alguns anos antes do golpe de estado sofrido por Salvador Allende (1908-1973) amigo do poeta comunista, dando assim início à ditadura militar chilena que durou até 1990.
Contudo, a
produção não vem com o propósito de contar sobre a vida do poeta, mas sim, nos
mostrar a vida simples das pessoas que tiveram contato com o escritor e como
suas vidas mudaram a partir dai.
Em O
Carteiro e o Poeta (Il Postino, 1994)
nos deparamos com uma mimese da vida do escritor Pablo Neruda, quando por
questões políticas foi exilado em uma pequena ilha - na costa italiana -
cercado pelo mar mediterrâneo. Não podemos afirmar que as ações das personagens
correspondem aos verdadeiros fatos acontecidos, pois a obra é apenas uma
imaginação do que ocorreu de fato.
Com a
chegada do grande poeta, o proprietário dos correios vê a necessidade de
contratar um carteiro para que as correspondências cheguem o quanto antes ao
seu destinatário. E certo dia, Mário Ruoppolo (Massimo Troisi) lê o anúncio que
especifica a necessidade de ter uma bicicleta para pleitear a vaga, e de tão
inseguro que sempre foi ele adentra o recito com seu “veículo” ao lado. Após
conseguir o emprego, sente-se realizado por poder fugir do oficio de pescador
ao qual o pai, um homem embrutecido pela vida lhe oferece e que continuamente
lhe causa enjôos só de sentir o cheiro do barco.
O carteiro
sempre quis fugir do mesmo que todos vivem e por isso buscou, dia após dia
conhecimento sobre o mundo fora da ilha e sempre vai ao cinema, sendo que de lá
terá noção de um mundo completamente diferente do que realmente vive,
justamente por não se contentar com o medíocre e é um dos únicos moradores da
ilhota que sabe ler mesmo que seja aos gaguejos.
E essa é
uma das razões para o novo carteiro da vila e sua inseparável bicicleta subir a
encosta da ilha, com a bela visão do mar Mediterrâneo que cerca a ilhota para
cumprir seu dever, que transformar-se em sua maior alegria. Todo dia Neruda
recebe carta de toda parte, sendo a maioria destas de mulheres e assim fica
conhecido como “o poeta do amor”, entretanto, sempre frisam que é o “poeta do
povo”.
Mário, ao
se apaixonar por Beatrice Russo, vê em seu emprego a oportunidade de fazer
amizade com o escritor para conquistar sua amada. E partindo de suas emoções
pessoais, começa a pedir ajuda ao moço, sendo que foi severamente instruído a
nunca perturbar o estrangeiro. No
entanto, em seu tamanho atrevimento, o carteiro acaba por fraga uma cena de
carinho de seu único cliente e sua esposa, o que o encanta e confirma para ele
a imagem já instituída do poeta.
Deste modo,
grande parte das cenas se passa na casa simples de Mário, à beira do mar que
cerca a pequena ilhota onde vivem e também na casa onde reside o grande poeta
Pablo Neruda, além dos correios e a taverna de Beatrice, o grande amor do
tímido carteiro. Para Mário, a casa é um universo cheio de inspiração e novas
descobertas, sendo que, um exemplo, é o gravador que ele jamais imaginou ver
tão de perto, quanto mais chegar a gravar sua voz.
Mário não
entende o significado da palavra metáfora, até que Neruda, usando o mar de
forma figurativa o faz entender que todo o sentimento de estranheza que sentiu
ao ouvir seu poema é uma metáfora.
Também temos o fato de que a literatura pode mudar a vida das pessoas.
Mário pode não ter aprendido a criar poemas em formas de versos, mas ao
perceber que poderia gravar o som do mar, das montanhas, das estrelas e do
coração do filho ainda na barriga de sua amada Beatrice, cria sua bela e única
poesia.
A primeira
impressão do filme é chata e enfadonha, no entanto, ao analisar o teor da obra
e alcançarmos a sua riqueza, as primeiras impressões não farão mais sentido,
uma vez que se abre a janela do entendimento. A trama é rica em informação,
porque, de início, somos iguais ao carteiro, que não entende nada de metáforas
e muito menos de poesia, porém, quando entendemos as divagações da linguagem
figurada, tudo se parece mais fácil de compreender.
Mário nos
prova com sua persistência que a sede pelo conhecimento é tudo, e nos leva a
lugares jamais imaginados. Ele conquistou o amor de Beatrice recitando versos
de seu ídolo e tudo isso se concretizou com a noção de leitura e sua recente
descoberta das metáforas.
Olá, Fê.
ResponderExcluirQuanto tempo que não venho aqui. Não conhecia o filme ainda e imagino que a história seja meio parada mesmo. Mas nem por isso deixa de ser muito interessante. Vou anotar aqui para conferir.
Prefácio