[Devaneios da Sol] Você também vai envelhecer - Soraya Abuchaim
“A cena é conhecida... Uma velhice
de amor, compreensão, passeando juntos à beira-mar, após uma vivência plena,
onde tudo foram flores - embora algumas brigas tenham permeado pequenos
fragmentos momentâneos, insignificantes perto da grandeza desse amor...
E então... Ela abre os olhos e se
pega sozinha, em sua cama enorme e gelada.
E fazendo uma análise profunda da
sua vida, percebeu que se tornara intolerante consigo, um espectro da mulher
alegre que sempre fora.
Começou imaginando atitudes do seu
companheiro que não correspondiam à realidade, não aceitando, em hipótese
alguma, que ele envelhecia, que ele se tornara uma pessoa diferente do que ela
conheceu quando casou.
Aos poucos, seu brilho foi-se
apagando, e o companheiro sem entender exatamente o que se passava, afinal, ele
não mudara - ou achava que não havia mudado - tanto a ponto de ser um estranho
para ela.
A situação tornou-se
insustentável. Sentindo-se abandonada, culpou seu companheiro por tê-la deixado
de lado, por não ter dado a atenção que ela realmente merecia... Quando a
verdadeira culpa estava nela, no fato de nunca ter aceitado que ela também
envelhecera...
E se tornara igualmente ranzinza,
exigente, mandona talvez... Alguns hábitos ruins se acentuaram, as rugas
apareceram e a gravidade também nela fez efeito.
Mas ela cismou em enxergar apenas
os anos passados nele, achando que em si, nada mudaria.
Essa é a velha mania das pessoas -
enxergar apenas nos outros os próprios defeitos.
E assim, estava fadada a ficar só,
até que, renovada com a ideia de que ela também havia mudado, percebeu como o
tempo também tinha agido em si, e chegou à conclusão de que havia sido de uma
maneira perfeita. Que o tempo jamais passaria deixando alguém desamparado. Ele
vem lento, dando-nos a chance da adaptação.
Mas para ele já era tarde... Ela
não havia aproveitado a oportunidade quando a teve. Ele fora embora para
sempre... E nela ficou a saudade e a vontade de ter feito diferente.”
Quantas vezes não damos valor às
coisas apenas quando as perdemos, por puro orgulho, por achar que estamos
sempre certos, por não querer enxergar a verdade que se desdobra em nossa
frente?
Que possamos reconhecer nossos
erros quando ainda é tempo, que possamos ver em nós tudo o que criticamos nos
outros, colocando-nos no lugar de quem nos observa.
Adorei a história. Esse é um tema clássico e verdadeiro.
ResponderExcluirBjs.
http://arianaviajante.blogspot.com.br/
Nunca me cansarei de agradecer esse espaço.
ResponderExcluirBeijos e Feliz Ano novo, amiga linda!
Meu Meio Devaneio
^^Fico feliz em divulgar seu trabalho.
ExcluirBeijos
Lindo!! É pra chorar no último dia?? rsrs
ResponderExcluirAdorei!!!! Parabéns!!
Vou desejar uma coisa bem egoísta agora: Espero que em 2014 você tenha muita inspiração para trazer mais textos assim como este pra nós!!
Feliz ano novo!!
Bjkas
Lelê Tapias
http://topensandoemler.blogspot.com.br/
Que texto maravilhoso. Haja inspiração nesse fim de ano.
ResponderExcluirQue 2014 seja repleto de paz, amor, saúde e felicidade. Que você tenha leituras maravilhosas!
Texto lindo!
ResponderExcluirmemorias-de-leitura.blogspot.com
Muito lindo esse texto, gostei do que foi escrito.
ResponderExcluirFeliz Ano Novo.
momentocrivelli.blogspot.com.br