[Resenha] Infância Interrompida - Cathy Glass -( Ed. Fundamento).
Este livro chama a atenção pela
capa. Uma lágrima escorre no rosto de uma menina e isso já é subjetivo. O nome é muito
reflexivo e nos faz pensar o que de tão ruim pode acontecer para um ser humano. Principalmente,
quando esse humano for uma criança, pequena e indefesa.
A história gira
em torno de Jodie, uma garotinha de 8 anos, que sofreu intensamente maus
tratos dos pais. Os acontecimentos do passado permaneceram presentes em
sua vida, pois as sequelas são absurdamente apavorantes. Em quatro meses, ela passou por cinco lares
de acolhimento quando Cathy resolve abriga-la.
O processo de
acolhimento é diferente da adoção. A criança fica com a pessoa que lhe acolhe até que esteja pronta e
livre de problemas. Seria uma preparação para a adoção ou retorno ao lar
de origem.
O
comportamento da garota é assustador: agressiva e
introspetiva. Além do uso de palavrões em sua fala, reproduz
cenas que apenas adultos conhecem. Faz perguntas indiscretas e pensa que isso é
normal. Tudo isso é justificado pela convivência com seus pais biológicos.
Ela ainda
assume identidades diferentes da sua, e quando isso acontece ela age de forma
agressiva ou infantilizada. Esses rompantes de Jodie, deixa sua
acolhedora em uma situação difícil e complicada, pois a garota não manifesta melhora.
Esta criatura não
demonstra sentimentos de afeto salvo o ódio e a forma estranha de gostar que lhe
fora apresentada. Ela pensa que todos os adultos vão machucá-la, essa é a
forma dos adultos demonstrarem o amor e carinho pelos filhos.
Jodie é uma
criança que não demonstra alegria ao receber um presente. Possui olhos vazios,
sem expressão ou sentimentos bons. Apenas rancor, raiva,
medo, agressividade e muito ódio.
Fiquei
horrorizada de saber que este livro aborda uma história
real. Meu Deus, isso
realmente existiu e acontece a muitas crianças por este mundo
afora. Eu sei que não podemos deixar o ódio entrar em nossas vidas. Mas ler um
livro com um conteúdo forte como este e não sentir raiva e
desprezo pelos humanos é praticamente impossível. Em
muitas passagens do livro eu arregalei os olhos, pois não
queria acreditar na crueldade que o ser humano é capaz de fazer.
O convívio de
Jodie com Cathy lhe trouxe uma melhora. A confiança nos adultos aflorava
devagar. O papel de adulto que a criança
precisou fazer deixou nesse ser indefeso, traumas dos mais variados.
É triste e
repugnante saber que alguém tão pequeno já sofreu tanto. Que alguém tão pequeno
sabe descrever uma cena de sexo, sem a mínima vergonha. E pensar que é a coisa
mais normal do mundo, na realidade que vivemos hoje. Triste
saber que existem seres capazes de tamanha brutalidade, de roubar a
infância de seu filho.
Não saber o
que aconteceu com a personagem adulta me deixou apreensiva,
apesar de saber que nunca mais será uma pessoa com uma vida normal.
Uma leitura
para se pensar e nos deixar de olhos mais abertos.
Fê :*
Com certeza é triste saber o que muitas crianças acabam passando mundo afora. Esse parece ser um livro forte e pesado, mas que ao mesmo tempo abre a nossa cabeça de que sim, existem muitas crianças que tiveram a própria infância roubada.
ResponderExcluirThoughts-little-princess.blogspot.com
Parece ser um livro tocante, que nos faz repensar muitas atitudes. Fiquei com vontade de ler a obra.
ResponderExcluirM&N | Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de Abril
Só o título do livro já chama bastante atenção.
ResponderExcluirNesse ponto, é até interessante para quem pretende adotar uma criança, pois muitas crianças vem de lares exatamente iguais (senão piores) do descrito em sua resenha. Tem que estar preparado para entender e procurar auxiliar a criança.
Sim, é triste ver como existe tantos rascunhos de seres humanos espalhados por ai, que maltratam os próprios filhos.
Também queria saber o que aconteceu com ela de adulta.
Beijos
Babih Hilla
http://revolucionandogeral.blogspot.com
Eu gosto de leituras que nos fazem pensar e são fortes, acho que as vz a gente fica mto nesse mundo cor-de-rosa.
ResponderExcluirAndy_Mon Petit Poison
RESUMO DO POISON #4.17 - Sem(21/abr-26/abr) bit.ly/1ipubMp
Olá Fê!
ResponderExcluirSinto que não estou no momento certo para ler esse livro.
Parece ser muito forte e com um ensinamento enorme, mas ao mesmo tempo doloroso.
Espero conseguir lê-lo algum dia.
Beijos,
Ana M.
http://addictiononbooks.blogspot.com.br/
Oie,
ResponderExcluireste livro parece ser tão triste!!!
não leria no momento, estou mais para livros leves e fofos.
bjos
http://blog.vanessasueroz.com.br
Não é e tipo de livro que me interessa... :/ Não estou numa fase de ler livros assim tbm.
ResponderExcluirBeijos,
http://smellingbooksallday.blogspot.com.br/
Nossa...esse livro parece ser bem emocionante. Muito triste, mas necessário para alertas muitas pessoas como você disse.
ResponderExcluirBeijos!
Monólogo de Julieta.
Nossa, pelo jeito é uma trama bem tensa.
ResponderExcluirGosto de ler livros com histórias reais, vou colocar esse na listinha.
apenas-um-vicio.blogspot.com.br
Já vi um documentário de uma criança assim, mas não sei se é a mesma menina... É triste e assustador...
ResponderExcluirEu desejo esse livro desde que uma doutora e pesquisadora sobre comportamento antissocial o recomendou. É muito difícil abordar o transtorno de personalidade antissocial de um jeito que as pessoas compreendam que "não nascemos maus". Infelizmente, há uma grande crença de que a maldade é genética. O que ocorre, na verdade, é que temos áreas neurais especificamente relacionadas às emoções. Quando essas áreas não são estimuladas na primeira infância, elas não terão normal atividade depois. Ou seja, não podemos fazer uma estimulação tardia quando o quadro evolui para uma psicopatia, por exemplo. A capacidade de sentir empatia se desenvolve na infância.
ResponderExcluirSua resenha foi muito esclarecedora sobre o livro. Com certeza, quero lê-lo para ontem.
Beijos, Fê!
http://www.myqueenside.blogspot.com