Por trás do Cavalheiro Carrancudo (Vincent) - Cores de Outono - Keila Gon
Em uma conversa com a querida
amiga Fernanda, surgiu a ideia de
falar um pouco mais sobre Vincent ( ou cavalheiro carrancudo para os íntimos
kkkk) da criação do personagem, seu temperamento ímpar, seu tipo envolvente de
Bad Boy e ... claro, seu desfecho na saga.
Sim, Vincent é especial. Sua
criação foi planejada no coração, e forjada na pura emoção. Eu adoro a
literatura romântica, cresci com os príncipes da Disney e seus atos heroicos
para salvar as mocinhas... Mas depois da adolescência, percebi que os príncipes
estão escassos kkkk. Sim, eles existem, mas em nossa realidade é mais fácil
encontrá-los escondidos atrás de um coração duro de BAD BOY. Nossos príncipes
têm medos, inseguranças, às vezes, muito maiores que as nossas. E somando a
carga de fantasia absorvida com o passar dos anos, as experiências da vida real
e muita observação, conclui que “este” príncipe (da realidade ou mesmo na
fantasia) nunca seria perfeito. ( Acho que a maioria concorda comigo kkkk).
Então, o mocinho da minha história também não seria.
Meu gosto literário
influenciou muito sua construção, Vincent é o meu olhar, minha interpretação
dos heróis e “quase heróis” dos romances que li, e claro, dos personagens dos
filmes e desenhos. (sim, muitos desenhos... se vocês não sabem, sou viciada em
desenhos de longa metragem da Disney) O principal é um que me marcou desde a
infância... A Fera, de a Bela e a Fera.
Entretanto, como disse, Cores
foi 90% inspiração do que vi e vivi e a formação do personagem (Vincent) partiu
diretamente disso.
Sou descendente de Italianos
com origem na Áustria, também tive contato com alemães e holandeses na
família... a cultura deles, a forma de agir e seu temperamento deixaram marcas
curiosas. Ao escrever Cores, não queria limitar fronteiras, havia muito à ser
explorado, muito do que vi e vivi com meus parentes e amigos, portanto, quis
escolher uma nacionalidade europeia para o personagem chave da história.
Depois de passar um tempo na
Holanda e proximidades, cheguei à conclusão que o Vincent deveria ser alemão.
Sempre admirei a cultura alemã, na verdade, seus costumes combinavam com o que
eu imaginava. E, ao contrário do que vocês possam concluir, os alemães e holandeses
são muito amistosos, mas culturalmente falando, tem uma personalidade direta...
franca. E isso pode ser confundido ou mal interpretado para quem cresceu no
lado sul do hemisfério. (Um ponto a mais para ser explorado kkkk.)
O nome de batismo do personagem
foi inspirado na Fera, de A Bela e a Fera, um seriado da década de 80 (Oh
Lord... kkkk... coisa antiga. Há um remake na TV a cabo, até a história é
similar... enfim ) E decidi de vez quando conheci um pouco mais da vida
atormentada do pintor Vincent Van Gogh. E como o pintor, entendi que o “meu”
Vincent precisava ser um pouco mais complexo. Eu precisava ir além de costumes
e educação... e na construção da trama, temos um garoto que cresceu com medo,
um adolescente que o transformou sua insegurança em revolta e fez as piores
escolhas para encobrir suas frustrações. Mas que também carrega a semente da
dignidade, força, brio, respeito e amor que foi plantada em seu coração durante
sua criação. Por isso a memória da mãe dele (Christine Dippel) tem papel
importante ao longo da saga.
Com uma boa criação, repleta
de valores e princípios, distorcida pelo medo, revolta e discriminação, nasce a
personalidade bipolar do nosso cavalheiro carrancudo. A representação da força
e da fraqueza em um único homem.
Depois de muita inspiração,
nasceu o cara lindo (ah qual é, ele tem que ser lindo), o homem com tipo de
homem (kkk as meninas vão me entender kkkk). De olhar intenso e determinado. O
mago talentoso (bom, não falei da ficção até agora... mas sempre que imaginei
esse mundo fantástico, soube que ele teria poder... magia... vários tipos de
magia), o homem intimidador e muito fechado... com cara de mau. Que criou uma
máscara arrogante para esconder suas inseguranças e seu tormento. Mas que por
dentro esconde um gatinho manso, confuso, medroso e muito complicado. Pensando
assim, descrevi muitos homens. (kkkkk)
A voz veio de um ator,
Matthew Macfadyen, de quem também emprestei o porte físico... Vocês sabem que adoro
Orgulho e Preconceito e o filme de 2005 é minha paixão!!! Bom, o ator faz o Mr.
Darcy do filme (pausa para suspiro), e claro, o livro também foi base para Cores.
Reverências gloriosas à mestra Janne
Austen.
E a pitada de mau humor... isso acho que é meu (lado
negro... sabe? Aquele lado obscuro de tolerância zero que as vezes quer jogar
alguém na parede kkkkk)
Vincent também teve uma apitada de pessoas reais que
passaram por minha vida, como a maioria dos personagens de Cores. E isso vale
tanto para seu lado carrancudo e egoísta, como para o lado romântico e
surpreendente. ( Mas colocando na balança, pois é... ele é 80% ficção.
Principalmente por ser um mago kkkkk.)
*Já conhecia o Damon dos Livros - Diários de Vampiro,
(que também serviu de base para meu Vincent), mas o da TV (Ian Somerhalder),
conheci depois que a primeira versão de “Cores” já estava pronta e registrada.
Sim, não baseei o Vincent em sua aparência ohhhh. Uso muito as fotos do Ian em
quotes, porque ele é um dos únicos que se aproxima do personagem.
*E o meu gato, idem. (kkk) Ele
foi adotado depois que o livro estava pronto. E chama Vincent porque é preto
dos olhos turquesa... claro.
* Sim, os olhos azuis foram
inspiração direta do meu marido... mas ele, definitivamente, não é o Vincent.
Está mais para um Arthur misturado com Alex...isso porque, as vezes, acho que
ele não é desse mundo kkkk.
Voltando...
A história de Cores é sobre encontrar a coragem para
recomeçar. Sobre esperança. Acreditar que há algo bom esperando por nós,
sempre. E que na maioria das vezes, as coisas surpreendentes acontecem quando
não estamos esperando. Fala sobre a força do destino, quando coisas tristes
acontecem por um motivo. Sobre diferenças, preconceito... injustiça. Sobre
compreensão e amor. Não importa qual tipo de amor, ele é a força motora de
nossas vidas.
O Vincent transita por todos estes tópicos. Ele teve a
infância atormentada por sua herança, por ser quem ele é. Fez escolhas que
trouxeram consequências, teve sua vida destruída ainda muito jovem e teve que
contar com a ajuda de outros para se reerguer. Isso tudo deixou cicatrizes (literalmente).
Para se defender, ele colocou seu medo e insegurança atrás de um escudo...
força, intimidação e arrogância. Sabe aquele pensamento bem básico de defesa? Se
eu sou maior, mais forte, ninguém pode me ferir. Pois é. Esse é nosso Vincent
atormentado. Seu caminho na saga é lutar com seus medos, um a um. Deixar seu
sentimento vencer o rancor. Acreditar que tem o direito de ser feliz. (Ai ai...
Bom, eu escrevo romance, que fique bem claro kkkkk.)
Na continuação, Sombras da primavera, seu temperamento
vai ser colocado à prova. Bom, a Melissa é perita em fazer isso, mas boa parte
da mudança vai acontecer pela necessidade de uma decisão. Ele não vai deixar as
características de sua personalidade de lado... ele ainda vai ser o “Cavalheiro
Carrancudo”, mas vai ter que escolher entre viver com seus medos, ou
enfrenta-los. E isso vai render muitas reviravoltas na história. Em Sombras, Vincent
vai ser levado ao limite... e isso vai dar o ritmo do livro. (Bom, preciso
parar por aqui, ou isso vai virar um BIG spoiler kkkkk).
Pra terminar nosso momento Vincent, vou deixar um
trecho de Sombas da primavera, um dos meus preferidos... Principalmente porque
é narrado por Vincent, um déjà vu do capítulo final que explica parte do
tormento do personagem... Preparados? Lá vai...
Para os curiosos segue um pedacinho de Sombras da Primavera.
Caítulo
4
Déjà vu - Vincent Dippel
Assisti Melissa descer os degraus da grande escada do vitral e precisei
conter minha respiração. Estava irado com sua teimosia... mas não pude deixar
de contemplar a bela visão. Aquela garota tinha o poder de transformar minhas
emoções e antes que pudesse levantar meu escudo, lá estava a tempestade,
envolvendo meu peito em uma confusão atordoante. Mas este não era o momento de
me deixar levar por seus encantos atordoantes. Não com a expressão transtornada
em seu rosto... Era minha responsabilidade cuidar de sua segurança e meu
egoísmo era meu principal inimigo.
Venci bravamente o impulso de ir ao seu encontro enquanto sentimentos
conflitantes ainda lutavam em meu peito. Melissa passou por mim sem olhar,
seguida pela bola de fogo tagarela. Estava apressada, irritada... o que era
belamente previsível. E irresistível. Com passos ruidosos, ela caminhou ao
encontro de Aristela. Era como ter um péssimo déjà vu.
A cena conhecida pareceu se repetir diante de meus olhos, um segundo
depois, havia voltado à noite da luta com Piro... há pouco mais de mês. E me
dei conta do porque ela era recente em minha memória. Não me lembrava dela como
a noite calamitosa banhada por fogo e sangue, mas, como a noite que deixei meu
desejo vencer o bom senso.
Fechei os olhos por um breve momento e as lembranças voltaram ainda mais
nítidas, mostrando cada detalhe do meu erro.
...
A cada movimento de Melissa no banco do carona, esforçava-me
para manter os olhos na estrada. Ela parecia aflita e tudo que queria era
confortá-la. Mas, todas as vezes que me aproximava algo ruim acontecia. E esse
pensamento era meu maior aliado. Estava na hora de tomar a decisão certa.
Concentrei-me na luz dos faróis, agarrando-me ao que restava
da minha determinação... Mal parei a BMW em frente à pequena casa amarela e
George veio ao nosso encontro. Adiantando-se até a porta traseira da SUV, tomou
a menina maga nos braços. Antes que eu fechasse minha porta, Melissa estava ao
lado dele. Abaixei os olhos, prendendo minhas mãos em punho junto ao corpo,
controlando o impulso de acompanhá-la.
- Vocês demoraram - George reclamou. Mas, ao avaliar
Melissa, sua expressão aborrecida se tornou branda - Ah! - exclamou. Eu tinha razão, a aparência dela era nosso
melhor álibi. - Tudo bem... O
importante é que essa confusão acabou e Alice está em casa.
Melissa encontrou os olhos do avô e
levantou os lábios no canto com uma expressão aliviada. Em seguida, esticou os
olhos brilhantes para mim. Por um momento me perdi naqueles olhos calorosos e
então, entendi... Ah não. Era isso? Ela realmente esperava a aprovação do avô?
Depois de tudo que ela passou hoje? Essa garota era inacreditável!
George entrou no meu campo de visão e
eu quase lhe agradeci por isso.
- Obrigado por trazer minhas meninas
para casa.
As palavras agradecidas daquele homem
trouxeram o peso do universo para minhas costas. Seus olhos demonstravam a
importância que aquelas garotas tinham em sua vida... e ele nem imaginava que o
real perigo ainda estava ao lado delas. Sustentei o olhar do homem e me
esforcei para aceitar seu agradecimento, mesmo sem merecê-lo. Ele havia
confiado em mim e não fui competente para manter minha palavra... mais uma vez.
A revolta se uniu ao peso do universo, esmagando-me contra o chão.
Logo, os outros também estavam na
rua. E seria impossível ignorar a expressão assombrada do casal roliço. Atrás
deles, o irritante pegajoso me desafiou com o olhar. Aquele sujeito era mesmo
petulante.
- Ela está bem? - perguntou a vizinha roliça, Lucila;
recordei rapidamente, lembrando-me de nossa conversa ao telefone. Ela me espiou
desconfiada e, prontamente, desviei de seu olhar. Não precisava me aborrecer...
mais.
Melissa sorriu para sua preocupação e
tentou tranquilizá-la.
- Nenhum arranhão. Ela só está
cansada.
A menina maga confirmou com um
sorriso e pareceu reconhecer o irritante pegajoso.
- Afinal de contas, onde essa mocinha
foi parar? - o pegajoso perguntou,
chegando mais perto delas. Mais do que minha paciência permitia. Eu me segurei
no lugar.
Sua pergunta atraiu a atenção de
todos. Em segundos, olhares curiosos pararam em Melissa. Claro... Além de
irritante, o infeliz era inconveniente. O perfil apavorado de Melissa não
deixava dúvidas, ela não conseguiria mentir para eles. Mas havia outra saída e,
sem pestanejar, interferi.
- Ela estava nos bosques da montanha - falei seriamente, de forma sucinta e
decidida.
Melissa lutou com um sorriso cordial,
ela não concordava com meus meios, mas como previsto, seu silêncio confirmo o
que eu já sabia, não havia alternativas. A omissão era a forma mais diplomática
de resolver isso.
Não houve questionamentos, claro. E
essa era uma das vantagens de saber como se impor.
Lancei alguns olhares frios para o
júri curioso e o julgamento acabou... Os vizinhos, “irritantemente
prestativos”, finalmente entenderam o cansaço no rosto das garotas... na
verdade, pela oscilação crescente da carga energética da menina maga, ela já
estava dormindo. Observei a troca de despedidas, que me excluíam evidentemente,
e estava agradecido por isso. Palavras polidas estavam longe do meu vocabulário
no momento. O que mais desejava era acabar logo com a socialização para me concentrar
nos argumentos... que afastariam de vez o perigo da vida de Melissa.
Para finalizar a tortura que se
tornou essa noite, o irritante pegajoso puxou Melissa para um abraço... na minha frente. Rangi os dentes para a
provocação. Com um impulso imediato me desloquei para frente, iria arremessá-lo
para a próxima galáxia! Mas ele rapidamente, ou sabiamente, se afastou. Mas o
que eu estava fazendo? Apertei as mãos junto ao corpo, controlando o calor em
meu peito, afirmando a mim mesmo que ele era parte da antiga vida dela. Ou
melhor, ele era parte da vida dela.
Mais um ranger de dentes. Dividi-la com eles era algo fora do meu controle.
Balancei a cabeça, lutando comigo
mesmo, minha inércia incomodava como uma adaga envenenada no peito. E seu
veneno era o mais mortal, dentre tantos outros que me corroíam por dentro...
arrependimento. E, julgando a soma de decisões erradas que eu tomava dia a pós
dia, com certeza a mais estúpida foi usar meu inútil autocontrole na luta com
Piro. Dei um passo para trás, eu era o culpado por essa noite desastrosa.
Uma onda de poder correu meu corpo,
aquecendo meu sangue de maneira raivosa, e vê-la ao lado daquele homem, cheio
de virtudes perfeitamente normais, não estava ajudando. Senti o formigamento de
calor tentando escapar de minhas mãos... Imaginando que o pegajoso seria o alvo
perfeito! Mas respirei fundo, e fechando minhas mãos, contive a onda de poder.
Não iria descarregar minha ira aqui, não com tantos normais ao redor. Sabia que
jamais seria perdoado se machucasse alguém que Melissa amava. E era óbvio que
ela o amava. Meus olhos arderam com o calor violeta e com muito esforço
direcionei minha energia para formar meu escudo. Não poderia deixar minhas
emoções controlarem meu corpo.
Enquanto os outros se afastavam pela rua, George entrou na
pequena casa amarela levando a menina maga. Melissa esboçou um breve sorriso
que foi roubado rapidamente por alguma preocupação e se aproximou, os olhos
baixos completavam o rosto abatido... Mas depois do dia de hoje, não poderia
ser diferente. “Cuide das pessoas que
você ama sinceramente... quando a vida separar seus caminhos, não haverá
arrependimentos.” As palavras de meu pai soaram claras em minha mente. O
que eu estava fazendo a esta garota?
─ Primeiro, cuide de sua família, vou
esperar aqui - informei.
Ela hesitou, mas assentiu.
Observei Melissa caminhar para sua pequena família... de
volta à sua vida. Quando ela encostou a porta, algo roubou meu ar,
sufocando-me. Levei as mãos aos cabelos com um gesto desesperado, inspirando
ansiosamente o ar da noite, desejando que a escuridão alimentasse meu coração
com a coragem que não possuía.
Eu a amava, com minha alma. E cuidar dela era a coisa mais
importante da minha vida. Então... Porque não suportava a ideia de deixá-la ir?
Soltei o ar violentamente, minha coragem não estava na noite, estava em meu
coração! E se ele batia hoje, esperando por um novo dia, era por causa dela. Eu
devia minha vida a ela. Agora, seu bem estar, sua integridade, eram minha
responsabilidade. E só havia uma forma de protegê-la, afastando-a do meu mundo.
Do meu egoísmo. De mim mesmo. Meus músculos tremerem sem meu comando, pulsando
em resposta a minha raiva... precisava dominar minhas vontades, meu capricho.
Não poderia tê-la só para mim. Se desejava que tivesse o melhor, teria que
encarar a verdade, “eu” não era esse melhor.
Abri a porta do carona e dei a volta na BMW para me esconder
atrás do volante. Espiei a pequena casa amarela... Eles, sua família, também
precisavam dela. De sua coragem, perseverança, da bondade de sua alma. Melissa
era como um alicerce e não se dava conta disso. De como poderia ser prejudicial
para George, Alice, e a ela mesma se continuasse ao meu lado. Balancei a
cabeça, surpreso comigo mesmo. Mais uma vez, estava pensando em outros além de
mim. E se isso não fosse cruelmente irônico, poderia sorrir.
Perdido na tempestade em meu peito; não percebi a aproximação
de Melissa. Ela entrou no carro e bateu a porta sonoramente para chamar minha
atenção. Mas a culpa não permitia que eu olhasse para ela. Permaneci em
silêncio, fitando a noite escura, procurando uma maneira de fazê-la entender os
perigos deste lado sombrio. Estava lutando para fazer o certo e sabia muito bem
que toda minha determinação iria se dissolver ao encontrar o dourado de seus olhos.
Líquidos... quentes... ternos...
- Isso não é justo! - ela exasperou, esfarelando minha concentração.
Imprudentemente, encontrei seus olhos. - Por que você está agindo assim? Fale alguma coisa... Você
está bravo, magoado, arrependido? Só quero saber o que está acontecendo. Por
que você tem que ser tão difícil?
Ah, sua doce ira... Ela nem podia
imaginar como ficava atraente quando estava irritada. Controlando o desejo de
tocá-la, tentei ser sincero.
- Sei que meu humor não a agrada, mas
depois do que aconteceu hoje não consigo evitar.
- Tente. ─ exigiu. Seu gênio, como
sempre, era meu melhor aliado.
- Eu não tenho motivos para agir de
outra forma, Melissa - falei
seriamente, desviando o olhar para a noite escura. - Estou irado comigo por pedir a você
que se envolvesse com tudo isso e com você por encarar o desastre com tanta
naturalidade a ponto de negligenciar as consequências em se envolver comigo - isso era o máximo da sinceridade que
podia lhe oferecer.
Ela soltou o ar sonoramente e tocou
meu queixo, levando meu rosto ao encontro do seu. Seu toque agitava meu corpo,
me fazia querer tocá-la também... E me esforcei muito para permanecer em meu
assento. Encontrei seu olhar suplicante e meu coração acelerou. Ela nunca
facilitaria as coisas para mim? A luta interna ativou o calor violeta que
começou a girar por meu corpo, o poder se acumulava em meus braços, tencionando
os músculos... dolorosamente.
- O que preciso fazer para você
esquecer essa noite? Acabou Vincent! Nós estamos bem, Alice está em casa... E o
que aconteceu com Piro foi escolha dele, não podemos fazer nada sobre isso - falou docemente, a voz firme.
Em outro momento isso era tudo que
desejava ouvir. Mas estava determinado a não me render ao egoísmo e voltei meus
olhos para a noite, fugindo de seu rosto questionador. Neste momento, soube que
estava arriscando tudo. Seu limite estava próximo e mais uma vez, seu gênio
seria meu aliado.
Um segundo foi suficiente, Melissa
inspirou profundamente e cuspiu as palavras sem pausa.
- Você sabe o que penso Vincent. Mas,
se mudou de ideia sobre o que aconteceu entre nós, não vou insistir. Só espero
que esse contratempo não atrapalhe o
aprendizado de Alice.
Seu discurso dolorido colocava um fim
ao meu tormento. Ela nem podia imaginar o quanto estava errada... mas esta era
sua chance. Melissa estava irada o suficiente para tomar a decisão por si mesma
e, em pouco tempo, perceberia como isso foi uma aventura arriscada. Tudo se
encaixava, ela me colocaria para fora de sua vida e, finalmente, estaria
segura. Tudo não passaria de um... Contratempo.
A palavra perfurou meu peito com a
força de vinte punhais. E outro segundo foi o tempo necessário para eu perceber
o quanto essa ideia fora estúpida!
Girei o rosto rapidamente para o
banco do carona, mas a porta já estalava sonoramente. Melissa estava a poucos
passos da casa amarela e minha reação foi imediata, fechei os olhos, deixando o
calor violeta me consumir enquanto invocava o poder das sombras. Mentalizei a
distância até seu quarto e senti meu corpo mergulhar na escuridão, conduzido
pelo vazio até o destino estipulado. Emergi rapidamente, mirando a porta
fechada mergulhada no breu, mas ela não se abriu. O tempo passou e percebi que
Melissa havia se ocupado no andar de baixo. Talvez tomando banho... Idiota. Eu
era um completo idiota! Essa era a coisa errada a fazer. Deveria deixá-la ir. E
a breve ideia de viver sem ela tornou-se inconcebível. Um absurdo doloroso que
espremia meus ossos de forma angustiante, tomando meu corpo em uma agonia sem
fim. Eu não podia deixá-la ir. Nunca a deixaria ir.
(...)
P.s: é claro que o capítulo continua,
mas afinal eu sou má...kkkk e esse trecho serviu para dar um gostinho. Espero
que tenham gostado!
BEIJOS.
Keila Gon
Esse livro parece ser muito bom! (e acabei de descobrir que tem continuação xD) Quero ler com certeza, e acho que já sou fã do Vincent kkkkkk
ResponderExcluirBeijo :*
www.tainahrodrigues.com
fantasiandocomoslivros.blogspot.com.br
Esse livro parece ser show, principalmente por que é romance!! S2
ResponderExcluirÓtimo post Fernanda!! Quero depois do meu livro!! kkkk
Abraços
Tony Ferr
http://dicassliterarias.blogspot.com.br/
Ai um romance <3
ResponderExcluirEu sou apaixonadinha por romances *-*
Parece ser muito legal!
Amei o post ^^
Beijoos
http://btocadoslivrom.blogspot.com.br/
Nossa, ainda nem li o livro e já me apaixonei pelo Vincent.
ResponderExcluirSabendo ainda onde foi a inspiração, acho que quero conhecer meu próximo queridinho literário.
Adoro homens bravos e carrancudos, e o famoso personagem de Jane Austen é o maior exemplo de perfeição para mim.
Amei o post!
Beijos
Meu Meio Devaneio
A gente suspira lendo o livro, vendo Vicent pela visão da Keila, apaixona de vez... Esse livro me trouxe uma coisa mto boa qdo o li, tem mto do lugar qeu cresci, de coisas que gosto e que queria que fosse real... suspirosssssssssssssssssss. Adorei a matéria Fer. Keila; colocar trecho de Sombras é torturar, kkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirbjoks
Eykler
Amei Fernanda!!!!!!!!!
ResponderExcluirVincent é um dos queridos, ta bom, ele "é " meu querido kkkkk e foi muito bom dividí-lo aqui : ) Beijos especiais amiga! Obrigada pelo carinho e apoio!
Keila Gon
Ai que tudo! Amei!
ResponderExcluirE o cap na visão do Vincent <3 Ai meu coração mortal!
Beijos, Mari Scotti
Adorei! È muito bom conversar de perto com uma autora ou autor e saber mais sobre determinado trabalho ou personagem, né? Muitoo bom mesmo.
ResponderExcluirBeijos!
Paloma Viricio-Monólogo de Julieta.
Acho que irei me apaixonar por esse Vincent, viu?
ResponderExcluirAdorei todas as inspirações da autora! Eu adoro a Fera, de A Bela e a Fera, é uma das minhas histórias favoritas (:
O Vincent está cotado para ser um dos meus mocinhos favoritos!
Beijos,
Leitora Online
Nosssaa Jesus amado! :o :o é tanta informação que dá até para vê-lo aqui do meu lado lendo esse texto! kkkkkkkkk
ResponderExcluirEU NÃO SEI POR QUE RAIOS EU AINDA TENTO VIM AQUI E LER AS POSTAGENS DESSE BLOG,ADMITO QUE SOU TIETE E SIM AMO ESSE CANTINHO!
E essa postagem me fez ficar com agua na boca e sim dona FERNANDA eu quero ler esse livro e conhecer esse tal de Vicent ai porque ele vai me arrancar suspiros e muitos ensinamentos!
Beijoss Beijoss ótimo texto Keila!!!!!
http://fomevontadeler.blogspot.com.br/
Nossa! Fui completamente tragada pela história.
ResponderExcluirVincent é um personagem intenso, forte e que tem tudo para se tornar um dos favoritos da mulherada.
Fiquei muito curiosa sobre o seu livro.
E já percebi que é uma série.
Parabéns pela sua escrita. Bjus
Lia Christo
www.docesletras.com.br
Olá!
ResponderExcluirAdorei o post!
O que é esse Vincent? Meu Deus! Que personagem intenso, marcante...
Quero muito ler o livro!
Beijos
Li
literalizandosonhos.blogspot.com.br
Ah quero tanto ler o livro primeiro...
ResponderExcluirTenho muita vontade...eu vou ler logo com certeza.
Tem promoção lá no blog
beijos
livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br
Não conhecia
ResponderExcluirMas depois de toda essa resenha, parece ser um livro realmente muito bom
Amei a dica
Beijos
@pocketlibro
http://pocketlibro.blogspot.com