E Romeu Recebeu a Carta por Ana Faria.
Se Romeu tivesse recebido a carta do Frei... Sempre quis saber como seria o desfecho da
história. Poderia ter sido mais ou
menos assim...
Ao ver o mensageiro se aproximar, Romeu sentiu seu
coração ser esmagado dentro do peito. O semblante do homem era carregado e não
dava pistas evidentes se as notícias eram boas ou más. Uma carta lhe foi
entregue, enviada pelo Frei Lourenço. Com o envelope em mãos, Romeu sentia seu
coração bater num ritmo acelerado. Uma grande angústia começou a tomar conta de
seu ser.
Nunca fora covarde! Não o seria agora. Respirou fundo, rasgou o envelope, desdobrou o papel e leu com cautela. A cada fração de segundo os olhos de Romeu se arregalavam mais. As notícias eram terríveis! E ao mesmo tempo fantásticas.
Nunca fora covarde! Não o seria agora. Respirou fundo, rasgou o envelope, desdobrou o papel e leu com cautela. A cada fração de segundo os olhos de Romeu se arregalavam mais. As notícias eram terríveis! E ao mesmo tempo fantásticas.
- Ai da minha amada! O amor que ela tem por mim a
fez escolher a morte, ainda que por um breve momento. Ainda que por efeito de
ilusão. Mas mesmo assim meu coração se destrói em mil pedaços ao imaginá-la na
companhia da solidão e do nada. Espera
Julieta, meu amor, já vou ao teu encontro. Irei resgatá-la dos braços da nossa
maior inimiga. Basta de inimigos para tentarem impedir o nosso amor! Viveremos
longe daqui nosso matrimônio de maneira excelente, tu finalmente minha, e eu,
teu. Dois não mais. Agora apenas um.
Porque eu já não sei mais onde começo eu e terminas tu. Já não sei mais quais são os meus sonhos e quais são os teus. Meus desejos todos são para ti. Ah, Julieta, sem ti eu poderia viver, sim! Deus o sabe. A vida é um dom precioso.
Porque eu já não sei mais onde começo eu e terminas tu. Já não sei mais quais são os meus sonhos e quais são os teus. Meus desejos todos são para ti. Ah, Julieta, sem ti eu poderia viver, sim! Deus o sabe. A vida é um dom precioso.
Peço que o Senhor tenha misericórdia para que
meu amor por ti não se torne um deus. Não é de idolatria que falo. Tu, Julieta, não és o ar que eu respiro,
não... Mas cada vez que sinto o ar entrar em meus pulmões sabendo que tu existes,
oh minha amada esposa, tudo a minha volta passa a ter mais beleza, mais brilho
e mais cor. Não é mulher o que quero, Julieta, quero a ti somente, unicamente,
exclusivamente, até que se findem os meus dias na Terra.
E assim, apaixonado, preocupado, inspirado, tomado
de coragem e de ímpeto, Romeu partiu para Verona. O tempo não era seu aliado
naquele momento. Julieta precisava ser resgatada. Ela havia depositado toda a sua esperança em
Romeu. Ele não poderia falhar.
Precisou fazer um caminho alternativo, para se
esquivar das autoridades. A notícia de ter sido banido de Verona ainda era
assunto das primeiras páginas dos jornais. Se a polícia ou algum Capuleto o
visse pelas redondezas, não deixariam barato. Levou consigo todo o dinheiro que
possuía no momento, o amor que sentia por Julieta e sua arma embainhada. À
medida que se aproximava do mausoléu, o gosto amargo em sua boca se tornava
mais intenso.
Não sabia se era das longas horas de jejum ou por causa dos nervos que estavam à flor da pele. Romeu não tinha sede de sangue. A vingança pela morte de Mercúcio já estava consumada. Era paz o que Romeu buscava, a paz que encontraria nos braços de Julieta. Mas não contava que Páris estaria lamentando a donzela justamente naquele instante.
Não sabia se era das longas horas de jejum ou por causa dos nervos que estavam à flor da pele. Romeu não tinha sede de sangue. A vingança pela morte de Mercúcio já estava consumada. Era paz o que Romeu buscava, a paz que encontraria nos braços de Julieta. Mas não contava que Páris estaria lamentando a donzela justamente naquele instante.
- Que ousadia a sua aparecer aqui, assassino!
- Inocente não sou, mentiroso também não. Vim em
paz e não em ira. Peço que se retire do meu caminho e esqueças que um dia
colocou seus olhos sobre mim.
- És louco se pensas que vou deixar-te ir livre.
Romeu, és inimigo dos Capuleto e agora meu inimigo também. Vingarei a morte de
Teobaldo e também da minha não mais futura esposa. É tua a culpa deste mal e
porque voltaste de Mantra tão arrogante, vais pagar com tua vida. Pegue tua
arma e lute!
Páris avançou em direção a Romeu, que não teve
outra escolha a não ser se defender. O jovem Páris não tinha experiência de
luta. Romeu tampouco. Mas as motivações dos oponentes eram distintas. E a
paixão sobrepôs-se ao ódio. Páris caiu estirado ao chão e logo estava deitava
sob uma poça de sangue.
Romeu entrou depressa no mausoléu. Não demorou a
ver Julieta recém-velada, cercada de flores, vestida impecavelmente, pálida,
imóvel, deitada em um leito assustadoramente confortável. O jovem se aproximou,
tremendo, com os olhos banhados em lágrimas. Não sabia o que dizer, não sabia o
que pensar. Para todos os efeitos Julieta estava morta. E era exatamente assim
que ela parecia estar.
- Meu amor, minha querida, meu anjo. Que foi que
fizeram contigo? Abre os olhos, meu amor, move teus lábios, levanta tuas mãos e
toca o meu rosto. Estou aqui, sou eu. Olha pra mim. Julieta!
Ela permaneceu imóvel. Romeu foi tomado por uma dor
lancinante. Tocou o rosto da amada. Estava gelada. Aproximou seus dedos de suas
narinas. Ela não respirava. Deitou sua cabeça sobre seu peito. O coração dela
não batia. Era verdade! Julieta estava definitivamente morta! Tudo estava
acabado!
Ele deitou-se ao lado dela, abraçando-a,
estreitando seu corpo ao dela, o rosto banhado em lágrimas. Beijou-lhe a face,
beijou-lhe os olhos cerrados, empunhou sua arma e disse:
- E com um beijo, eu morro. – beijando os lábios de
Julieta.
Se os dois já não eram dois e sim um apenas,
Julieta já não era mais e, portanto, Romeu também não tinha razão de ser. “Vou
para onde você for”, pensou o jovem apaixonado, decidido a tirar a própria
vida. Foi então que sentiu os lábios de Julieta aquecerem-se. Um pouco de
movimento, os dedos finos dela deslizando sobre seu braço. Já não era mais um beijo selado, e sim um
beijo intenso, enamorado, carregado de saudade e desejo. Ambos abriram os olhos
e encararam-se, sorriram um para o outro, proferiram palavras de carinho,
beijaram mais, abraçaram-se. Romeu se levantou e tomou Julieta em seus braços.
Levou-a embora para fazê-la feliz longe de toda aquela gente.
Em toda parte comentava-se sobre aquela história de
amor. Ninguém sabia ao certo pra onde tinham ido e o que viveram desde então. O
que se sabe é que nunca houve mais bela história de amor do que a de Julieta e
Romeu.
Aiiii que lindo!!!!
ResponderExcluirGente, que dom para escrever rs
Gostei demais dessa história.
Beijos
Meu Meio Devaneio
Que lindooo! Amei demais!!!
ResponderExcluirRealmente nunca houve uma história de amor com a deste casal, e parabéns a você pelo belo e interessante texto criado para eles.
ResponderExcluirBjs, Rose.
Romeu e Julieta com certeza é um clássico. Eu não sou uma grande fã de livros com um final triste, confesso que preferi o seu final rsrs, foi legal ter uma ideia de como a historia poderia ter terminado.
ResponderExcluirwww.fonte-da-leitura.blogspot.com.br
Olha primeiramente tenho que confessar que achei lindo o texto.
ResponderExcluirEu nunca li nada de Romeu e Julieta. Apenas assisti filmes e tals.
Mas eu acho essa história uma das mais lindas já criadas pelo Shakspeare.
É realmente lindo. Mas trágico também né? É uma pena que um amor tão lindo não pôde ser
vivido por esse casal marcante da nossa história.
http://lovereadmybooks.blogspot.com.br/2015/07/resenha-o-album.html
Olá!
ResponderExcluirEu já li Romeu e Julieta e acho a história fantástica. Por mais que o final escrito seja fantástico também, eu prefiro o final trágico e original, pois é o fato mais marcante da história.
http://loucurasaovento.blogspot.com.br/
Ok sempre tive essa duvida, e sempre desejei que posse diferente.
ResponderExcluirAmei o texto, AMEI muito <3
bjs